quinta-feira, 3 de novembro de 2011

155 - A FESTA DE ANIVERSÁRIO

Uma vez, Leandro e sua família foram convidados para a festa de aniversário da filha do seu grande amigo Ferdinando.
Como Ferdinando estava em férias, o convite foi enviado por e-mail e ficou um tempão na caixa de entrada do Leandro. Mas um belo dia, sem querer, o rapaz apagou o arquivo. Ele se lembrava que a festa seria no buffet infantil mais tradicional da cidade, o Estremiliki. Porém não tinha certeza do dia: parece que numa terça-feira à noite.
― Muito estranho ― pensou Leandro ―, vai ver não havia outras datas disponíveis.
Assim, na terça-feira seguinte, Leandro acompanhado de esposa e filho, dirigiram-se ao Estremiliki. O local estava todo decorado com bexigas e enfeites cor-de-rosa, o que indicava que a festa era de uma menina. Na entrada, uma funcionária recolhia os presentes.
Eles deixaram o presente com a moça, acomodaram-se numa mesa próxima à porta de entrada e logo foram servidos com bebidas, a tradicional maionese e um prato com vários salgados.
Passado algum tempo, a esposa do Leandro perguntou:
― Você já viu algum colega do trabalho, meu bem?
― Ainda não. Acho que chegamos muito cedo. Nem o Ferdinando chegou.
Quase uma hora depois, se esbaldando com os deliciosos salgadinhos, porém sem encontrar nenhum amigo ou conhecido, Leandro ligou para Ferdinando para conferir se estavam no local correto.
― Alô, Ferdinando, tudo em ordem? Aqui é o Leandro. Só queria uma confirmação: a festa de aniversário da sua filha é no buffet Estremiliki, correto?
― Positivo. Esse buffet fica ao lado de uma faculdade.
― Beleza! Então estamos no lugar certo. Fiquei preocupado, pois estamos aqui há quase uma hora e ainda não encontramos nenhum conhecido. E as pessoas estão nos olhando de uma forma estranha. Você vai demorar pra chegar?
― Olha, Leandro, eu vou demorar uns três dias, sabe?
― Três dias? Como assim?
― Isso mesmo. Você acertou o local, mas errou o dia. A festa será na sexta-feira.
Completamente desapontados, Leandro e família levantaram-se disfarçadamente e, como quem não quer nada, caminharam em direção à caixa de presentes. Como não havia ninguém por perto, rapidamente pegaram de volta o pacote da filha de Ferdinando e sumiram dentro da noite.
Segundo Leandro, o único problema foi ouvir as reclamações da esposa durante o resto da semana.

154 - O JALECO

Benedito resolveu se submeter a uma cirurgia a laser, para correção de miopia. Um pouco antes de ser atendido pelo cirurgião, a enfermeira lhe entregou um jaleco e pediu que o vestisse. Como ele já havia passado por uma situação semelhante, quando operou o joelho direito, entendeu que vestir o jaleco significava tirar toda a roupa, inclusive a cueca.
É bom lembrar que, diante de um procedimento médico, ninguém costuma questionar as ordens recebidas. Benedito não fugiu à regra. Dirigiu-se ao banheiro, ficou completamente nu e vestiu apenas o jaleco.
Só uma coisa ele achou estranha. O jaleco era curto. Curto demais. E ainda apresentava aberturas na frente e atrás. Seriam para ventilar?
Muito incomodado e constrangido, Benedito saiu do banheiro. Olhou para um lado, olhou para o outro, achou que havia gente demais por ali. Mesmo assim, seguiu lentamente pelo corredor da clínica, em direção à sala de cirurgia.
O corredor parecia se alongar cada vez mais, à medida que outros pacientes, principalmente mulheres, cruzavam com ele. Benedito percebia os olhares e imaginava os cochichos, pois seu badalo, que não era, digamos assim, um exemplar assombroso, estava praticamente à mostra, embora o moço tentasse puxar o jaleco para baixo, tentando esconder seu humilde atributo.
Assustado com aquela situação inusitada, Benedito resolveu apertar o passo e finalmente conseguiu entrar na sala de cirurgia.
― Pô, doutor, não tinha um jaleco mais comprido?
O médico olhou para ele com uma cara de puro espanto, tentando conter o riso.
― Ô, Benedito, você não precisava ter tirado a roupa. Era só vestir o jaleco por cima. Melhor colocar a calça, rapaz, se não as enfermeiras não vão conseguir trabalhar direito.

153 - A TOALHA

Era a primeira vez que Epitáfio deixava sua terra natal, no interior de Minas Gerais, para trabalhar e morar em Ribeirão Preto, uma cidade paulista muito maior e mais moderna.
Foi assim que, num domingo, chegou ao novo destino com o dinheiro contado, suficiente apenas para se manter por um mês, até o recebimento de seu primeiro salário.
            Após procurar durante a tarde toda, finalmente Epitáfio encontrou um hotel que considerou bom e barato. Não demorou e já estava no quarto, descansando na cama, pronto para tomar um banho relaxante.
Foi aí que, ao virar-se para o lado, viu um panfleto sobre o frigobar. Cheio de curiosidade, esticou o braço e alcançou o papel, para ver do que se tratava. Era um simples cardápio com os valores de lanches e bebidas. No entanto, algo chamou sua atenção. Na última linha, em letras garrafais, estava escrito: Toalhas R$ 30,00.
            Epitáfio ficou muito preocupado e pensou:
― Não é possível. O valor da toalha é praticamente a metade da diária. Não posso gastar essa grana.
Assim, precisando de um banho urgente, e ao mesmo tempo sem dinheiro para as toalhas, Epitáfio não encontrou alternativa melhor. Passou a se enxugar com as fronhas. Isso mesmo. Durante cinco dias, desnudou os travesseiros e secou-se com as fronhas.
Somente no final da semana seguinte, ao tomar o café da manhã com outro hóspede, Epitáfio conseguiu desabafar:
― Que roubalheira. O hotel cobra R$ 30,00 para a gente utilizar cada toalha. Isso é um absurdo.
E o novo amigo, rindo muito, explicou:
― Na verdade, você pode usar as toalhas sem problemas, não precisa pagar nada. Esse valor só será cobrado se você tentar roubar a toalha do hotel.

152 - A CARONA

Rosemeire estava em São Paulo participando de uma reunião técnica num escritório localizado próximo à Praça Ramos. No final da tarde, ela telefonou para um amigo, que também estava na capital, e pediu uma carona de volta para São José dos Campos.
O amigo disse que poderia pegá-la na Praça Ramos. Porém, como não é permitido parar no local, ele informou a marca, o modelo e a cor do seu carro, para que ela ficasse bem atenta, pois ele faria uma breve parada e ela deveria entrar o mais rápido possível no veículo.
Tudo combinado, Rosemeire ficou prestando atenção na chegada do amigo. De repente, apareceu um carro que correspondia a todas as descrições feitas. Ela se preparou para realizar a entrada em veículo mais rápida de sua vida.
Em menos de um segundo, percebeu que o motorista diminuiu a velocidade, mas não parou totalmente. Sem vacilar, ajeitou a bolsa nas costas e, mesmo com sandálias de salto alto, iniciou uma perseguição.
Apesar de todas as dificuldades, Rosemeire conseguiu correr ao lado do carro. De forma quase inacreditável, estendeu a mão e abriu a porta traseira.
Nesse momento, o motorista reduziu um pouco mais a velocidade, apenas o suficiente para Rosemeire saltar para dentro do veículo. Foi praticamente uma cena de cinema.
Muito ofegante, mas ao mesmo tempo orgulhosa de sua proeza, deu um tapa nas costas do motorista e disse:
― Caramba, quase não consegui te alcançar. Agora, vamos pra casa.
Foi ai que o motorista, muito assustado, olhou para trás e perguntou:
― Mas a senhora tem certeza de que entrou no carro certo?
Decepcionada e aflita, Rosemeire constatou a grande mancada. Mas não perdeu a pose. Envergonhada, pediu milhões de desculpas ao desconhecido. E acrescentou:
― Depois de toda essa façanha, o senhor não me levaria a São José dos Campos?

151 - FINAL FELIZ

Certa vez, o Núcleo de Educação Ambiental fez uma homenagem aos idosos de Santa Branca. Foi um dia repleto de atividades como palestras, gincanas, esportes, teatro, além de deliciosas refeições servidas no local.
As organizadoras do evento pretendiam encerrar as atividades com um filme bem legal, mas não tinham ideia de qual filme apresentar. Foi então que Débora, uma das organizadoras, sugeriu:
― Vamos passar “Marley e eu”. É um filme muito bonito, com várias mensagens de amor, lealdade, companheirismo... Tenho certeza de que o pessoal vai gostar.
As outras organizadoras ainda não haviam assistido ao filme, mas como Débora foi bastante convincente, aceitaram a sugestão.
Tudo corria dentro do esperado e os idosos estavam adorando as atividades. Foi então que chegou o momento do filme. As meninas puseram o DVD para rodar e saíram da sala. Foram preparar o café de encerramento.
Acontece que o filme “Marley e eu” realmente transmite mensagens de lealdade, companheirismo e amor. Porém, o filme é muito triste, pois o cachorro morre no final. E morre como? De velhice...
Enquanto preparavam a mesa do café, as meninas perceberam que a sala estava muito quieta e pensaram:
― Nossa, eles devem estar adorando o filme. Estão todos compenetrados.
Quando o filme terminou, elas entraram na sala cheias de entusiasmo e, quase gritando, perguntaram:
― E aí, pessoal? Gostaram do filme?
Nesse instante perceberam que praticamente todos os idosos choravam copiosamente. Alguns, soluçando, tiveram que sair da sala abraçados e consolados por amigos. O clima era de verdadeiro velório. Dizem que alguns precisaram de acompanhamento psicológico. E todos foram embora sem nem tocar na mesa do café.
Ficou a lição: antes de apresentar qualquer material, confira se o tema é apropriado para o público em questão.

150 - A SUPER MARMITA

Era a véspera do Natal de 2003. Karlos e Faustino estavam de plantão e trabalhariam no dia 25 de dezembro no viveiro de produção de mudas de eucalipto. Como todos sabem, as plantas precisam de muitos cuidados e para elas não existem sábados, domingos ou feriados.
Para comemorar antecipadamente a tradicional data, Karlos realizou, no dia 24, um grande churrasco em sua casa. Todos os amigos comeram, beberam, se divertiram muito. E assim que o último convidado foi embora, Karlos juntou as sobras mais deliciosas e preparou uma super marmita para o almoço do dia seguinte.
Logo cedo, um carro pegou Faustino, depois Karlos, ambos em Santa Branca, e eles foram à luta. Durante o trajeto, o assunto foi o churrasco do dia anterior. Lógico que ninguém se esqueceu de elogiar a super marmita que esperava por Karlos.
Assim que chegou ao viveiro, Karlos acomodou sua marmita na casa das bombas, de onde é feito todo o controle de irrigação das estufas. E ficou esperando ansioso pela hora do almoço.
Lá pelas onze da manhã, apareceu no viveiro um cachorrinho vira-lata, daqueles bem magricelos e de barbinha, que ficou olhando para os dois rapazes, balançando o rabinho. Após brincar rapidamente com o animal, Faustino observou que o bigode do cachorro estava sujo de maionese.
Foi aí que Karlos se lembrou de que havia levado também outra embalagem com salada e maionese. Não teve dúvida. Caminhou rapidamente em direção ao local onde deixara a marmita, enquanto o cachorrinho corria à sua frente.
Ao chegar à casa de bombas, seu temor se confirmou. Karlos viu apenas alguns restos de sua super marmita espalhados pelo chão. Nisso, o cachorrinho abocanhou o último pedaço de carne e, correndo pela estrada, desapareceu na próxima curva.
Faustino até chorou de tanto rir. E acabou dividindo sua marmita com Karlos. A comida era pouca, mas como havia muitos mamoeiros ao redor do viveiro, eles passaram o Natal com a marmita de Faustino e mamão de mistura e sobremesa.

149 - A TELA DO COMPUTADOR

Magrela chegou bem cedo ao escritório, pois precisava finalizar um relatório para o gerente. Ajeitou-se na cadeira, ligou o computador, mas quando ia começar a digitar, a faxineira entrou na sala e pediu permissão para tirar a poeira da mesa. Magrela concordou e aproveitou para tomar um cafezinho, que havia sido deixado de lado, por conta da correria naquela manhã.
Ao retornar, notou algo muito estranho no computador. A tela estava de cabeça para baixo. Magrela não teve dúvidas. Como tinha pressa em terminar o serviço, nem pensou em solucionar o problema. Simplesmente inverteu a posição do monitor, que também ficou de cabeça para baixo, corrigindo momentaneamente o transtorno.
Os outros funcionários foram chegando e acharam a situação muito engraçada. Mas Magrela não deixou ninguém dar palpites, com medo de complicar ainda mais a situação.
Só depois de concluir o relatório é que Magrela pediu ajuda aos amigos. Então, ficou sabendo que em alguns computadores, se alguém apertar simultaneamente as teclas Ctrl, Alt e seta para baixo, a tela fica invertida. Repetindo o procedimento, ela volta ao normal.
Durante a limpeza do teclado, a faxineira, sem querer, conseguiu realizar a façanha. E Magrela quase ganhou um novo apelido, que não convém divulgar...

148 - GERALZINHA

Num belo domingo de sol, o engenheiro Cristian reuniu alguns amigos em sua casa, para um churrasco. Enquanto as carnes assavam, ele convidou o grupo para um jogo de perguntas e respostas, que acabara de comprar. O objetivo do jogo era acertar o nome de pessoas famosas, locais, objetos e outras propostas, por meio das dicas fornecidas pelos outros jogadores. Quem conseguisse adivinhar com um pequeno número de dicas, obtinha uma pontuação maior.
Quando chegou a vez de Cristian, ele retirou uma carta e a passou para os amigos lerem as dicas. A carta se referia a Ziraldo.
Alguém leu a primeira dica:
― Sou escritor, cartunista, pintor, caricaturista, cronista, desenhista e jornalista brasileiro. Quem sou eu?
Com tantas generalidades, era realmente difícil saber a quem a pergunta se referia. Por isso, Cristian pediu a segunda dica.
― Sou o criador do personagem Menino Maluquinho.
Para espanto de todos, Cristian declarou que não sabia de quem se tratava e pediu a terceira dica.
― O nome dessa pessoa é a combinação do nome de sua mãe, dona Zizinha, com o nome de seu pai, seu Geraldo.
Cristian fez cara de sério, olhou para o alto, pensou um pouco, balançou a cabeça e disse com toda convicção:
― Agora ficou muito fácil. Já descobri! A pessoa famosa dessa carta é a Geralzinha.

147 - ESPIADINHA NA JANELA

Renato realizava uma visita técnica às fazendas do Sul de Minas e resolveu almoçar na cidade de Carrancas, famosa por suas cachoeiras. Estacionou o carro numa rua cheia de lojas e, enquanto caminhava em busca de um restaurante, quis aproveitar para conhecer um pouco do artesanato local.
Um dos estabelecimentos que mais chamou sua atenção estava fechado. Mas através da ampla janela de vidro era possível ver os belos enfeites pendurados por todo lado. As paredes estavam forradas de trabalhos coloridos e interessantes.
Como havia muito reflexo, e Renato queria ver melhor, ele encostou o rosto no vidro e, com a ajuda das mãos, ficou tentando impedir os efeitos dos raios de sol. Foi quando ouviu uma voz feminina:
― Olá, tudo bem? Pode entrar. A porta está só encostada.
Renato entrou no estabelecimento e ficou deslumbrado. Era uma sala muito ampla, com pé direito elevado, e havia mil enfeites espalhados por todos os lados. Reparando bem, no meio daquilo tudo havia também uma senhora, sentada num sofá, costurando uma blusa.
― Eu vi você espiando pela janela. Aceita um cafezinho?
― Não, obrigado. Só estava admirando seus enfeites.
― São muito bonitos, não é mesmo? Mas que bom que você chegou... Veio rápido. Não faz nem uma horinha que eu liguei...
Dizendo isso, a senhora levantou-se do sofá e foi caminhando para o interior da loja:
― Pode me acompanhar. Eu vou mostrar onde fica a fossa.
― Como assim? Fossa? Que fossa?
― Uai, você não é o funcionário da empresa Limpa Fossa?

146 - O CASAMENTO

O coordenador Fábio foi convidado para o casamento de um funcionário que pertencia a sua equipe de trabalho. Como ele tinha fama de esquecido, o noivo entregou o convite com bastante antecedência. E para garantir a presença do chefe, ficava constantemente dando um toque.
Num sábado à tarde, Fábio estava abastecendo o carro em um posto perto de sua casa, quando o noivo passou pela rua dirigindo em baixa velocidade e gritou:
― Fábio, não esquece... É hoje à noite!
Sem esperar resposta, o moço foi embora acenando e deixou Fábio no meio de alguns pensamentos.
― Hoje à noite? O que tem hoje à noite? Será que é um compromisso sério? Não me lembro de nada importante. Preciso dar uma olhada na agenda. Caracas! Não pode ser... é o casamento.
Imediatamente, Fábio ligou para a esposa comunicando que tinham esse compromisso inadiável. Por sorte, ela conseguiu um horário no salão de beleza, para dar um trato no cabelo, fazer unha e maquiagem. Enquanto isso, Fábio foi ao shopping e comprou um presente bem legal.
Como era previsto, chegaram atrasados. Os noivos já estavam no altar e a cerimônia se aproximava daquele sim definitivo. Para não chamar a atenção, os dois ficaram no fundo da igreja, observando de longe. Como sempre acontece, repararam no tapete, nos arranjos de flores, nos cabelos e nas roupas das senhoras. Tudo em cochichos rápidos e sorrisos disfarçados. Até que Fábio comentou:
― É incrível como terno e gravata mudam completamente a pessoa. Nem parece o mesmo rapaz que eu conheço.
E assim, depois de longas palavras a respeito de compreensão, companheirismo e fidelidade, e depois do eu vos declaro marido e mulher, o padre deu o recado final:
― Os noivos receberão os cumprimentos durante uma confraternização no Salão Ouro do Clube Comercial.
Fábio não se conteve:
― Olha só, vai ter até festa! E ele nem falou nada sobre festa...
Resumindo a história, em menos de quinze minutos Fábio e a esposa chegaram ao local da confraternização, entregaram o presente aos pais do noivo e se acomodaram na mesa que parecia ideal para uma visão panorâmica da festa.
A melhor visão, no entanto, aconteceu quando os recém-casados se aproximaram e Fábio constatou que aquele noivo não era o seu amigo. Eles estavam no casamento errado.
Pois naquele exato momento, seu celular tocou:
― Fábio, só falta você para a gente começar minha despedida de solteiro. Não me diga que esqueceu. E anote aí: meu casamento será na próxima semana.

145 - SENTA O PÉ

Emílio e Santiago dirigiam-se ao campo para investigar as causas de mortalidade de algumas plantas de eucalipto, e levavam uma pequena máquina digital para o registro fotográfico.
Enquanto Emílio dirigia, Santiago começou a mexer na máquina, para ver como funcionava, e notou que ela estava sem pilhas. Imediatamente, pediu para Emílio parar num mercadinho que havia no caminho.
O estabelecimento ficava numa esquina. Então, enquanto Emílio permaneceu no carro esperando, Santiago entrou rapidamente no mercadinho, pegou as pilhas, passou pelo caixa e, totalmente distraído com a tarefa de fazer a máquina funcionar, saiu pela porta que dava acesso a outra rua.
Por uma incrível coincidência, havia ali, estacionado na beira da calçada, um carro idêntico ao deles. Não deu outra. Santiago abriu a porta da frente e sentou-se no banco do passageiro. Ainda completamente distraído com as pilhas, deu um tapão nas costas do motorista, gritando:
― Companheiro, senta o pé!
Não aconteceu nada. O veículo não saiu do lugar. Santiago insistiu:
― Vai, vai, rápido, senta o pé! Senta o pé que já estamos atrasados...
Foi então que ele ouviu a voz trêmula do motorista:
― Pode levar o carro, mas me deixe aqui com a criança...
Santiago ouviu aquilo, mas não se ligou, pois estava prestando atenção no dispositivo da máquina, que havia encrencado. E continuou a falar alto:
― Você tá louco? Imagina se vou deixar você aqui! Você vai comigo pra fazenda.
Só nessa hora ele caiu em si.
― Espera aí... Você disse criança? Qual criança?
De repente, olhou para o banco traseiro e viu um belo garotinho. Olhou para o motorista e só aí percebeu o grande engano. Sentiu uma pesada mão no ombro direito. Olhou para fora e ali estava Emílio, já completamente roxo de tanto rir daquela situação.
No final, tudo ficou esclarecido. Mas dizem que até hoje Santiago pede desculpas ao motorista.

144 - MARCO ANTONIO

O supervisor Rogério foi chamado por um guarda rural que residia em uma das propriedades da empresa florestal. Ele queria ajuda para esclarecer um suposto roubo de galinhas na sede da fazenda.
― Já é a quarta vez que roubam as minhas galinhas e eu tenho certeza de que o responsável é o meu vizinho aí do lado – esbravejou o guarda.
― Mas como o senhor tem tanta certeza? Pode ter sido qualquer pessoa – retrucou Rogério.
― Ah, eu tenho uma testemunha ocular que viu tudinho.
― Bem, então ficou mais fácil resolver o caso. Cadê a testemunha?
― É Marco Antonio, o meu caçula. Vou chamar ele pro senhor.
O guarda rural foi para o lado de fora da casa e gritou bem alto:
― Marco Antonio... Marco Antonio... Vem aqui com o pai!
Após alguns minutos, um pastor-alemão invadiu a sala, babando muito, e foi direto lamber o rosto de Rogério, que ficou imóvel, com medo de ser atacado pelo enorme animal.
Em seguida o guarda pediu:
― Marco Antonio, diz aí pro moço tudo o que você viu...
O mais impressionante desta história é que o cachorro olhou fixamente para Rogério e começou a latir. Em alguns momentos da “conversa”, o cão apontava com o focinho ora para o galinheiro, ora para a casa do vizinho.
Depois de algum tempo, Marco Antonio parou de latir e voltou para os seus afazeres.
― Não falei? O que o senhor acha? ― quis saber o guarda.
E Rogério concordou:
― Eu não tenho dúvidas de que foi o vizinho. O senhor tem razão. Só precisamos agora de um policial que entenda “cachorrês”.

143 - A CALCINHA

Fábio estava no campo, com mais cinco amigos de trabalho, discutindo as melhorias que podiam ser feitas nas estradas de uma fazenda. A ideia era facilitar o transporte de madeira. Por isso, vários itens precisavam ser levados em consideração, e isso exigia uma conversa longa e séria.
Em determinado momento, todos estavam muito atentos ao que Fábio falava, de modo que ele era o centro das atenções. O moço, todo entusiasmado, andava de um lado para o outro, movimentava bastante o corpo, gesticulava sem parar e apontava em uma e outra direção, para enfatizar seu ponto de vista.
Pedro foi o primeiro a perceber que algo estava saindo pela perna esquerda da calça de Fábio. Ele imaginou que, por alguma razão, a meia de Fábio deslizava para baixo, mas estranhou o fato de ser cor-de-rosa e ter rendas.
O pior é que quanto mais Fábio se mexia, mais aquela peça de roupa ficava exposta. E foi assim, até que em determinado momento, em consequência de um movimento mais brusco de Fábio, a peça saiu por completo e se esparramou no chão. Surpresa: era uma calcinha.
Silêncio total. Silêncio constrangedor. Silêncio que fica a um clique de uma explosão de gargalhadas. Mas ninguém riu. Todo mundo respeitou a sem-gracice do rapaz. Mas com um olho na calcinha e o outro no rosto do desajeitado.
Aparentemente sem entender o que estava acontecendo, Fábio perguntou:
― Mas de quem é esta calcinha?
E quase num coro os amigos responderam:
― É sua. Saiu de dentro de sua calça...
Sem alternativa, Fábio buscou uma rápida explicação. Disse que na tarde anterior havia colocado sua calça no cesto de roupas sujas. Porém, como iria ao campo, e provavelmente se sujaria, resolveu utilizá-la novamente e a pegou de volta.
Ninguém fez nenhum comentário, pois a justificativa estava incompleta.
Por isso, vendo aquelas caras de interrogação, Fábio se sentiu na obrigação de continuar seu relato e disse que provavelmente a calcinha da esposa ficou enroscada na sua calça e ele não havia percebido na hora de se vestir. Dizendo isso, ele a recolheu e colocou no bolso.
Ninguém riu, ninguém contestou, e o assunto voltou a ser novamente as estradas.
Quanto a este fato, até hoje pairam algumas dúvidas. Mas, gentilmente, os amigos fingiram que acreditaram na explicação.

142 - MUÇULMANO

O pesquisador Peterson sofria de um problema estomacal e fazia tratamento médico para controlar as dores que às vezes sentia na região do abdômen. Quando estava medicado, não havia problema. Porém, quando se esquecia de tomar o remédio, as dores o atacavam de tal forma que ele só conseguia se livrar delas ficando ajoelhado. Nenhum médico conseguiu dar uma explicação para o fato. Mas a verdade é que, nessa posição, as dores desapareciam.
Numa segunda-feira, Peterson estava sozinho na sala de reuniões participando de uma teleconferência com três amigos de outra unidade. Quase no final da reunião, as dores de estômago começaram e Peterson percebeu que havia esquecido de tomar o remédio naquela manhã. Para não interromper o assunto que discutiam, ele não teve dúvidas, ficou de joelhos, com a cabeça levemente inclinada para a frente
Pois nesse exato instante, a secretária Walkíria entrou na sala para lhe entregar um recado. Ao ver Peterson naquela posição, saiu rapidamente e fechou a porta com o maior cuidado, para não fazer barulho. Mas a estranha imagem não saiu de sua cabeça. Assim, passado o susto, foi correndo perguntar a outra secretária:
― Silvia, por acaso você sabe se o Peterson é muçulmano?
― Claro que não ― respondeu Silvia.
― Nossa! Então eu acho que ele está levando uma “fumada” do chefe por telefone...

141 - MULHER DE TROMBA

Jamil, Jurandir e Jaime foram ao Rio de Janeiro participar de uma reunião técnica. Chegaram ao aeroporto por volta de 21 horas e pegaram um táxi para levá-los ao hotel onde estavam hospedados. Jamil sentou-se no banco da frente, enquanto Jurandir e Jaime acomodaram-se no banco traseiro do veículo.
O carioca Jamil, que já conhecia muito bem a cidade, começou a apresentar aos amigos os principais pontos turísticos que surgiam no caminho. Papo vai, papo vem, ao passarem por uma movimentada avenida, em Copacabana, viram várias moças paradas numa esquina esperando por um programa.
Na verdade, em função das roupas que vestiam, e principalmente por causa dos gogós salientes, percebia-se nitidamente que eram travestis. Jamil, no entanto, não prestou atenção nesses detalhes, que costumam ser fatais, e soltou um comentário infeliz:
― Caramba, que meninas bonitas... acho que são o meu número.
O motorista, que até então dirigia absolutamente calado, olhou bem firme para Jamil e, com o característico sotaque carioca, soltou:
― Mas o que é isso, mermão? To te estranhando... Isso tudo aí é mulher de tromba.

140 - FRANGUINHO NA PANELA

Certa vez, Fiune e Tião Neves realizaram inspeção para a reforma de uma antiga sede de fazenda, uma casa praticamente abandonada, com assoalho em péssimas condições, telhas quebradas, paredes emboloradas e cheias de rachaduras. Como naquela época havia um prestador de serviços de construção civil, que fazia as reformas básicas, eles combinaram de encontrá-lo na fazenda.
Por volta das 14 horas, com muita sede e muita fome, chegaram ao local do encontro. Era um dia ensolarado, sem uma única nuvem no céu, e o vento soprava quente. Como não havia ninguém por ali, e a casa ficava próxima de um córrego, que corria entre a mata ciliar fechada, foram até lá, molharam o rosto, beberam água fresca e ficaram esperando. Passado algum tempo, chamaram, assoviaram, gritaram, buzinaram a camioneta... e nada.
Percebendo que a porta da casa estava aberta, Neves entrou, deu alguns passos pela sala, parou, coçou a cabeça, e resolveu invadir a cozinha. O fogão a lenha logo chamou sua atenção. Sobre ele, duas panelas ainda estavam quentinhas. O moço levantou as tampas, deu uma olhada, cheirou profundamente e fez sinal para Fiune:
― O pessoal já comeu, olhe aí, a comida foi mexida. Vamos almoçar? Estou morrendo de fome e o cheiro está muito bom.
Sem pensar duas vezes, os dois passaram a mão nos pratos esmaltados e se serviram.
― Hum, isso aqui é frango ao molho! Com arroz é uma delícia ― elogiou Fiune, enquanto Neves concordava com os olhos, sem dizer palavra.
Em menos de dez minutos, comeram até se fartar. Em seguida, sentaram do lado de fora, na calçada, e ficaram conversando. Após meia hora, mais ou menos, chegaram o prestador de serviços e os ajudantes.
― Boa tarde! Tudo em ordem? ― cumprimentou Fiune.
E continuou, meio se justificando:
― Não encontramos vocês e tomamos a liberdade de entrar na casa e almoçar, pois viemos de muito longe.
― Sem problema, meu caro ― concordou o prestador de serviços.
― Muito bom esse franguinho ― elogiou o Neves.
― Frango? O que estava na panela com molho? Não era frango, não, era pombo. Os rapazes encontraram uns pombos mortos lá no forro, fizeram o ensopado, mas não tiveram coragem de comer. Ainda bem que vocês gostaram.

139 - POSTO DO ZITÃO

Fiune e Miguel Nardini fizeram certa ocasião uma vistoria técnica em uma fazenda para arrendamento no MS. Como a propriedade era muito distante, pensaram que poderiam almoçar no local, a convite do fazendeiro.
Quando o trabalho acabou, por volta das 13 horas, o proprietário agradeceu a visita e se despediu ali mesmo na porteira principal. Houve tempo apenas para perguntar o caminho de retorno. Seguiram as orientações do fazendeiro e depois de rodar por aproximadamente uma hora em estradas rurais, finalmente chegaram à rodovia.
Durante todo o trajeto, Nardini não parou de reclamar da fome, que só fazia aumentar:
― Que sujeito mais pão duro! Custava convidar a gente para o almoço?
E foi assim que, em determinado momento, passaram por um enorme outdoor com a bela foto de uma lasanha suculenta e a seguinte inscrição: POSTO DO ZITÃO - EM NOVO LOCAL E SOB NOVA DIREÇÃO - A 30 KM .
― Hummm... É lá mesmo que vamos almoçar ― comentou Fiune.
A viagem prosseguiu, até que mais adiante apareceu outro outdoor: POSTO DO ZITÃO - EM NOVO LOCAL E SOB NOVA DIREÇÃO - A 20 KM. Agora, o anúncio destacava a foto de um churrasco de picanha com farofa e vinagrete.
Os dois amigos começaram a ficar azuis de tanta fome. Como se não bastasse o adiantado da hora, todo aquele estímulo fazia com que cada barriga roncasse mais alto que a outra. Resolveram apertar o pé no acelerador, a fim de usufruir logo todas aquelas delícias.
Quase não demorou e surgiu outro outdoor: POSTO DO ZITÃO - EM NOVO LOCAL E SOB NOVA DIREÇÃO - A 10 KM. A foto enorme, que se sobressaía muito mais do que as palavras, mostrava uma suculenta macarronada ao molho branco, ao lado de uma garrafa de vinho.
Olhando aquilo, Nardini lambeu os lábios e comentou, quase como um desabafo:
― Pensando bem, até que foi bom o fazendeiro não ter convidado a gente para o almoço...
Já no limite extremo da necessidade de comer alguma coisa, Nardini continuou acelerando o carro. Então, de repente, Fiune pediu para ele reduzir a velocidade. Havia na margem da estrada uma faixa estendida, onde estava escrito ZITÃO. Na parte de baixo, uma seta bem grande indicava à direita. Nardini manobrou o carro e seguiu as indicações.
Logo adiante havia um posto de combustível com aparência bem antiga e um restaurante velho e sujo. A inscrição não deixava dúvida: POSTO DO ZITÃO.
Nardini torceu o nariz, mas resolveu conferir:
― É aqui... Os caras fizeram vários outdoors de excelente qualidade, a gente chega e o local está assim, parece abandonado. Muito estranho. Mas vamos lá... Ao menos a comida deve ser boa.
Os dois desceram do carro, alongaram as costas, trocaram olhares de desaprovação, mas como já estavam ali e a fome falava mais alto, resolveram entrar. Deram uma olhada no salão quase vazio, analisaram o ambiente, meio desconfiados, mas decidiram arriscar.
Almoçaram resmungando, completamente contrariados, pois a comida não era nada daquilo. Estava fria, esquisita, sem tempero. Sem contar o péssimo atendimento. E, na hora de pagar, não aceitavam cartão nem cheque, só dinheiro mesmo.
― Mas que espelunca! ― desabafou Fiune. Vou fazer uma reclamação no PROCOM. Isso é propaganda enganosa. Vamos nessa.
Não aceitaram nem o cafezinho. Foram embora o mais rápido possível, desta vez acelerando com raiva.
Andaram mais cinco minutos, no máximo, quando deram de cara com um novo outdoor: POSTO DO ZITÃO - EM NOVO LOCAL E SOB NOVA DIREÇÃO - A APENAS 1 KM. A foto mostrava uma feijoada completa, com farofa, couve, laranja e tudo de bom.
Um olhou para a cara do outro e ninguém nunca mais disse uma só palavra sobre o assunto.

138 - FAAAALA, FRANGA!

Uma situação indesculpável aconteceu certa vez, quando Paolo, Marmelinho e Maurícius fizeram uma reunião por telefone, a famosa conference call. Paolo e Marmelinho estavam na unidade Jacareí e Maurícius na Unidade Três Lagoas.
Ficou combinado que às 9 horas da manhã Maurícius ligaria para o telefone fixo de Marmelinho e eles fariam a reunião no viva voz. Pois exatamente no horário marcado o telefone começou a tocar. Marmelinho conferiu no visor do aparelho que a chamada era da Unidade Três Lagoas. Então, ele comentou com Paolo que Maurícius estava ligando, enquanto levava a mão em direção ao aparelho.
No mesmo instante, Paolo se lembrou que a gerente da área também estava em Três Lagoas e que poderia ser ela ao telefone. Não deu tempo. A mão de Marmelinho foi mais rápida. Ele tirou o telefone do gancho e gritou:
― Faaaala, franga!
Houve alguns segundos de silêncio. Uma pausa interminável. Aí a gerente Wera Weron respondeu do outro lado da linha, com seu característico sotaque gaúcho:
― Bah, guri, tá maluco? Hã, hã? Tu estás me chamando de franga? Mas isso é a treva. Ainda bem que tu paraste por aí. Olha que eu te enforco num pé de couve...

137 - A SENHORA DO ROTARY

A engenheira Belina foi à Unidade Três Lagoas, para participar de uma reunião de resultados. Era a primeira vez que ela visitava a unidade e muitos funcionários de lá não a conheciam pessoalmente.
Belina chegou cedo, deixou o carro no estacionamento e resolveu aproveitar para conhecer o viveiro de produção de mudas, instalado bem ao lado do prédio de escritórios. Coincidentemente, naquele mesmo instante um grupo de senhoras do Rotary também visitava o viveiro, e o funcionário Vanderley Cardoso, que ainda não conhecia Belina, acompanhava o grupo.
No final da visita, enquanto as senhoras se despediam de Vanderley e entravam no ônibus que as levaria de volta à cidade, ele avistou Belina na outra extremidade do viveiro e imaginou que a engenheira tivesse se extraviado do grupo.
Atrapalhado com a situação, e na dúvida sobre o que fazer, decidiu correr ao encontro de Belina. Não havia dado quinze passos, quando ouviu o barulho do ônibus se afastando. Parou por um momento, olhou para trás, e por causa desse vacilo, perdeu Belina de vista. Ela já havia deixado o viveiro e estava dentro do prédio de escritórios.
Vanderley ficou realmente preocupado, pois sabia que determinadas senhoras são mesmo muito distraídas e às vezes até se esquecem de onde estão. E como havia assumido certa responsabilidade em relação ao grupo, não deixou por menos, entrou no prédio, procurou em várias salas, vasculhou até a copa, e nada de encontrar a mulher.
O problema é que ele também participaria da reunião de resultados e já estava atrasado. Por isso, passou a descrição da visitante para alguns funcionários de vários setores e pediu que o ajudassem a encontrá-la. Em seguida, dirigiu-se para o compromisso.
Ao entrar na sala de reuniões, que já estava completamente lotada, Vanderley logo viu a senhora sentada bem na frente, na primeira fileira, e pensou:
― Será que ela é alguma líder daquelas senhoras e quer conhecer nosso sistema de trabalho?
O tempo passou, a reunião prosseguiu, e a todo momento a engenheira Belina fazia considerações e dava algumas sugestões que todos aceitavam. Vanderley ficou espantado com a inteligência da mulher. Não conseguiu tirar da cabeça que ela era mesmo a líder do grupo. E reconheceu plenamente que, de alguma forma, ela sabia do que estava falando, pois entendia bastante de florestas.
Essa admiração cresceu, mas não a ponto de preservar completamente aquela intrusa, pois em dado momento, tudo mudou. Foi quando Belina fez uma interrupção e contrariou o comentário do gerente da unidade.
Ao ouvir aquilo, e com receio de ter que prestar contas pela presença da mulher na reunião, Vanderley Cardoso levantou-se, pediu a palavra e disse com a voz mais alta que conseguiu:
― Seu Geraldo Lassie, me desculpe. O ônibus com o grupo do Rotary já foi embora. Mas se esta senhora estiver atrapalhando muito a reunião, eu a coloco no meu carro e levo embora imediatamente.