quinta-feira, 3 de novembro de 2011

145 - SENTA O PÉ

Emílio e Santiago dirigiam-se ao campo para investigar as causas de mortalidade de algumas plantas de eucalipto, e levavam uma pequena máquina digital para o registro fotográfico.
Enquanto Emílio dirigia, Santiago começou a mexer na máquina, para ver como funcionava, e notou que ela estava sem pilhas. Imediatamente, pediu para Emílio parar num mercadinho que havia no caminho.
O estabelecimento ficava numa esquina. Então, enquanto Emílio permaneceu no carro esperando, Santiago entrou rapidamente no mercadinho, pegou as pilhas, passou pelo caixa e, totalmente distraído com a tarefa de fazer a máquina funcionar, saiu pela porta que dava acesso a outra rua.
Por uma incrível coincidência, havia ali, estacionado na beira da calçada, um carro idêntico ao deles. Não deu outra. Santiago abriu a porta da frente e sentou-se no banco do passageiro. Ainda completamente distraído com as pilhas, deu um tapão nas costas do motorista, gritando:
― Companheiro, senta o pé!
Não aconteceu nada. O veículo não saiu do lugar. Santiago insistiu:
― Vai, vai, rápido, senta o pé! Senta o pé que já estamos atrasados...
Foi então que ele ouviu a voz trêmula do motorista:
― Pode levar o carro, mas me deixe aqui com a criança...
Santiago ouviu aquilo, mas não se ligou, pois estava prestando atenção no dispositivo da máquina, que havia encrencado. E continuou a falar alto:
― Você tá louco? Imagina se vou deixar você aqui! Você vai comigo pra fazenda.
Só nessa hora ele caiu em si.
― Espera aí... Você disse criança? Qual criança?
De repente, olhou para o banco traseiro e viu um belo garotinho. Olhou para o motorista e só aí percebeu o grande engano. Sentiu uma pesada mão no ombro direito. Olhou para fora e ali estava Emílio, já completamente roxo de tanto rir daquela situação.
No final, tudo ficou esclarecido. Mas dizem que até hoje Santiago pede desculpas ao motorista.

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