quinta-feira, 3 de novembro de 2011

144 - MARCO ANTONIO

O supervisor Rogério foi chamado por um guarda rural que residia em uma das propriedades da empresa florestal. Ele queria ajuda para esclarecer um suposto roubo de galinhas na sede da fazenda.
― Já é a quarta vez que roubam as minhas galinhas e eu tenho certeza de que o responsável é o meu vizinho aí do lado – esbravejou o guarda.
― Mas como o senhor tem tanta certeza? Pode ter sido qualquer pessoa – retrucou Rogério.
― Ah, eu tenho uma testemunha ocular que viu tudinho.
― Bem, então ficou mais fácil resolver o caso. Cadê a testemunha?
― É Marco Antonio, o meu caçula. Vou chamar ele pro senhor.
O guarda rural foi para o lado de fora da casa e gritou bem alto:
― Marco Antonio... Marco Antonio... Vem aqui com o pai!
Após alguns minutos, um pastor-alemão invadiu a sala, babando muito, e foi direto lamber o rosto de Rogério, que ficou imóvel, com medo de ser atacado pelo enorme animal.
Em seguida o guarda pediu:
― Marco Antonio, diz aí pro moço tudo o que você viu...
O mais impressionante desta história é que o cachorro olhou fixamente para Rogério e começou a latir. Em alguns momentos da “conversa”, o cão apontava com o focinho ora para o galinheiro, ora para a casa do vizinho.
Depois de algum tempo, Marco Antonio parou de latir e voltou para os seus afazeres.
― Não falei? O que o senhor acha? ― quis saber o guarda.
E Rogério concordou:
― Eu não tenho dúvidas de que foi o vizinho. O senhor tem razão. Só precisamos agora de um policial que entenda “cachorrês”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário