quinta-feira, 3 de novembro de 2011

152 - A CARONA

Rosemeire estava em São Paulo participando de uma reunião técnica num escritório localizado próximo à Praça Ramos. No final da tarde, ela telefonou para um amigo, que também estava na capital, e pediu uma carona de volta para São José dos Campos.
O amigo disse que poderia pegá-la na Praça Ramos. Porém, como não é permitido parar no local, ele informou a marca, o modelo e a cor do seu carro, para que ela ficasse bem atenta, pois ele faria uma breve parada e ela deveria entrar o mais rápido possível no veículo.
Tudo combinado, Rosemeire ficou prestando atenção na chegada do amigo. De repente, apareceu um carro que correspondia a todas as descrições feitas. Ela se preparou para realizar a entrada em veículo mais rápida de sua vida.
Em menos de um segundo, percebeu que o motorista diminuiu a velocidade, mas não parou totalmente. Sem vacilar, ajeitou a bolsa nas costas e, mesmo com sandálias de salto alto, iniciou uma perseguição.
Apesar de todas as dificuldades, Rosemeire conseguiu correr ao lado do carro. De forma quase inacreditável, estendeu a mão e abriu a porta traseira.
Nesse momento, o motorista reduziu um pouco mais a velocidade, apenas o suficiente para Rosemeire saltar para dentro do veículo. Foi praticamente uma cena de cinema.
Muito ofegante, mas ao mesmo tempo orgulhosa de sua proeza, deu um tapa nas costas do motorista e disse:
― Caramba, quase não consegui te alcançar. Agora, vamos pra casa.
Foi ai que o motorista, muito assustado, olhou para trás e perguntou:
― Mas a senhora tem certeza de que entrou no carro certo?
Decepcionada e aflita, Rosemeire constatou a grande mancada. Mas não perdeu a pose. Envergonhada, pediu milhões de desculpas ao desconhecido. E acrescentou:
― Depois de toda essa façanha, o senhor não me levaria a São José dos Campos?

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