terça-feira, 9 de agosto de 2011

104 - PESQUEIRO


No local onde funcionava o laboratório de micropropagação da unidade Luiz Antonio, funcionava antigamente um pesqueiro bastante conhecido na região. Em virtude disso, toda a sede do laboratório ficou conhecida como Pesqueiro.
Pois bem. Certa manhã, as funcionárias do laboratório precisaram falar com urgência com o coordenador Elimar. Tentaram vários contatos pelo celular e pelo rádio de comunicação, porém sem sucesso. Decidiram então ligar para sua residência, na esperança de que sua esposa pudesse auxiliar na localização.
A laboratorista Grazi fez a ligação:
― Bom dia, o que deseja? – perguntou a esposa do Elimar.
― Bom dia, meu nome é Grazi e gostaria de falar com o Elimar. Você sabe onde ele se encontra?
― Você conhece o Elimar de onde mesmo?
― Ah, desculpe, você não me conhece. Eu trabalho com seu marido aqui no Pesqueiro.
Houve alguns instantes de silêncio. Mas a conversa continuou:
― Acho que não entendi muito bem. Onde mesmo você disse que trabalha com meu marido?
― No Pesqueiro, aqui em Luiz Antonio. Eu e as outras meninas precisamos conversar com ele, mas não conseguimos contato por telefone. Você sabe se ele vem para cá hoje?
Mais alguns instantes de silêncio, agora constrangedores, seguidos de uma conclusão:
― Aquele safado me paga. Ah, se paga... Ele jurou pra mim que trabalhava numa empresa florestal...
Dizem que no final tudo ficou esclarecido. Mas parece que o incidente custou ao Elimar uma semana de noites mal dormidas no sofá da sala.

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