terça-feira, 9 de agosto de 2011

133 - O ACOMPANHANTE DO SENHOR JOÃO


Fabrício era engenheiro recém-formado. Bem empregado, solteiro, costumava frequentar, nos finais de semana, os principais bares e casas noturnas da cidade, em busca do seu amor.
Certa noite, num barzinho da moda, ele avistou uma linda mulher encostada no balcão, tomando um drinque. Ela parecia disponível. Por isso, rapidamente, Fabrício tratou de se aproximar e se apresentou à moça.
A receptividade foi boa e eles ficaram algum tempo conversando. Depois, dançaram bastante e beberam, digamos assim, além dos limites. Foi por essa razão que a garota, em dado momento, pediu sua ajuda:
― Por favor, você pode me levar a um hospital? Não estou me sentindo bem. Acho que bebi demais.
Muito solícito, Fabrício colocou a moça no carro e a conduziu até o pronto atendimento mais próximo. Como era madrugada, o local estava vazio e ela foi rapidamente atendida. Fabrício ficou aguardando na sala de espera.
Após uns 15 minutos, uma enfermeira apareceu na sala e perguntou em alta voz:
― Quem é o acompanhante do Sr. João?
Ninguém se manifestou. Fabrício achou muito estranho, pois só havia ele e um outro senhor na sala de espera. O outro senhor não mexeu um músculo sequer. Curioso, arriscou um olhar para fora do prédio e até o estacionamento estava vazio.
A enfermeira retornou à sala de atendimento e, após alguns minutos, voltou e perguntou:
― Quem é o senhor Fabrício?
Fabrício ficou em pé e apresentou-se à enfermeira, que lhe disse com ar meio maroto:
― Ah, então você é o acompanhante do Sr João...
― Não, deve haver algum engano. Eu trouxe uma garota para cá. Ela me disse que se chama Patrícia.
E a enfermeira, sorrindo, concluiu:
― Isso é o que você pensa. O nome verdadeiro é João e ele vai ficar aqui por algumas horas tomando soro, para se recuperar da bebedeira. Se você quiser, pode entrar lá e segurar a mão dele enquanto isso...

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