Criado em Barbacena, Kleber entrou na empresa e logo após uma semana de trabalho, Glaudinei o convidou a fazer um curso de monitoramento ambiental em Bauru. Ficaram hospedados num hotel superchique, com uns 30 andares, piscina, sauna, tapete vermelho e tudo o mais.
Após preencherem o cadastro, a recepcionista lhes entregou as chaves.
Como já era noitinha e eles estavam muito cansados, ambos combinaram de se encontrar no dia seguinte no café da manhã e cada um foi descansar.
Chegando ao quarto, Kleber começou a apertar todos os botões possíveis e imagináveis, para tentar acender a luz, ligar a televisão, o ar-condicionado e todos os outros acessórios disponíveis. Arrastou a cama, abriu as cortinas, foi do lado de fora, quase destruiu o quarto e nada. O quarto estava sem energia elétrica.
Como todas as suas tentativas foram em vão, o coitado pensou:
― Não é possível. Um hotel tão chique e não tem nem um gerador para substituir a falta de energia... Só comigo mesmo. E o pior é que hoje é a final do Brasileirão.
Ele queria de todo jeito assistir ao último jogo, mas nada de chegar a luz... Tomou um banho gelado e foi dormir logo, para não ficar com mais raiva.
No outro dia, na mesa do café da manhã, ele comentou com Glaudinei:
― Que sacanagem, hem? No seu quarto também não tinha energia?
A resposta do Glaudinei foi responsável pelo apelido que ele carrega até hoje:
― Não tinha uma canaleta ao lado da porta? Você precisava colocar o chaveiro lá, pra ligar a energia, seu “cavalo véio”.
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