terça-feira, 26 de julho de 2011

36 - O ASSALTO



Certa ocasião, Julliano Frias, da área ambiental, estava no campo recolhendo algumas armadilhas utilizadas no monitoramento de pragas florestais. Ao passar por um ponto alto do talhão, avistou um veículo da empresa parado lá embaixo, de forma muito suspeita. Estava atravessado na estrada, com as portas abertas, com jeito de abandonado. Como aquela região é considerada perigosa, em virtude de vários assaltos, carros depenados e até cadáveres encontrados nas fazendas, Julliano imaginou que pudesse ser um assalto e começou a caminhar em direção ao veículo. À medida que se aproximava do carro, ouvia terríveis gemidos de dor. Ele então pensou:
― Realmente é um assalto. Deve ter acabado de acontecer e a pobre vítima está agonizando.
Foi caminhando mais rápido ainda, já imaginando o que faria para socorrer a vítima. Conseguiria colocar a pessoa no carro sozinho? Para qual hospital a levaria? Quem deveria avisar? Até que ficou frente a frente com a suposta vítima. Era Enílson, o supervisor de silvicultura, que estava agachadinho, fazendo suas necessidades fisiológicas.
Julliano ficou muito sem graça e começou a dizer as primeiras coisas que lhe vieram à cabeça:
― Bom dia, Enílson, tudo bem? Foi bom ter encontrado você. Eu precisava muito conversar com você sobre o monitoramento de pragas. Podemos conversar agora ou você está muito ocupado?


Nenhum comentário:

Postar um comentário