terça-feira, 26 de julho de 2011

68 - PERMISSÃO PARA ENTRAR



Num sábado, Fausco foi até o escritório apanhar o notebook que havia esquecido em sua sala. Chegando na portaria, um vigilante recém-contratado aproximou-se do veículo e perguntou:
― O senhor deseja algo?
― Ah, sim, você não me conhece. Eu trabalho aqui na empresa, na área ambiental, e gostaria de entrar para pegar o meu notebook.
Ouvindo aquilo e vendo que Fausco vestia bermuda e chinelo, o vigilante negou o acesso.
― Infelizmente o senhor não poderá entrar com esse traje. São normas da empresa.
Mas Fausco insistiu:
― Por favor, só vou entrar, pegar o computador e sair rapidinho. Não levo mais que cinco minutos. Eu preciso muito usar o notebook neste final de semana.
O vigilante resolveu ajudar:
― Aguarde um momento aqui no seu veículo, que vou verificar o que posso fazer.
Alguns instantes depois, o celular do Fausco tocou. Era o vigilante.
― Alô, é o engenheiro Fausco? Desculpe incomodá-lo no final de semana, mas é que estou com um problema com um funcionário da área ambiental e vi na minha lista que o senhor é o gerente responsável por essa área. Acontece que tem um rapaz aqui na portaria dizendo que precisa entrar pra pegar um notebook, mas ele está de bermuda e chinelo. Será que o senhor pode autorizar a entrada dele?
Então, Fausco perguntou:
― E como é esse rapaz?
O vigilante rapidamente respondeu:
― Ele é baixinho, gordinho e careca.
― Olha, esse rapaz é muito gente boa. Aliás, é um dos nossos melhores funcionários. Por esse rapaz eu ponho minha mão no fogo. Pode deixar ele entrar.
O vigilante retornou ao veículo e disse:
― O gerente da sua área autorizou a sua entrada. Meu amigo, você tem muita moral com “os home”.

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