terça-feira, 26 de julho de 2011

56 - O COTONETE



A empresa Agroserius arrendou, em 2004, parte de sua fazenda localizada no município de São Luiz do Paraitinga, para o plantio de eucalipto. Na outra parte, a empresa manteve sua criação de frangos de corte.
Para evitar que as aves contraíssem doenças, havia na entrada da fazenda um rigoroso sistema para desinfecção de veículos e de seus ocupantes.
Nos veículos, eram pulverizados interna e externamente produtos químicos, para eliminação de fungos, bactérias e outros patógenos.
Já os ocupantes precisavam entrar numa sala esterilizada, retirar as roupas, tomar um banho com produtos especiais e vestir um macacão branco esterilizado.
Por último, havia um constrangedor teste do cotonete, para diagnosticar uma possível infecção por bactérias. Os visitantes recebiam um cotonete, passavam a ponta com algodão ao redor do ânus e o entregavam a uma laboratorista, que imediatamente realizava um exame para detectar a presença da bactéria Salmonella.
Só após concluir todas essas etapas o visitante era autorizado a entrar na fazenda.
Aconteceu que certa vez o engenheiro Omar visitou a fazenda, mas não sabia de todo o ritual para poder entrar. Ao chegar na portaria, o vigia lhe disse:
― Bom dia. O senhor pode, por gentileza, estacionar o veículo aqui ao lado, para eu iniciar a pulverização? Não leva mais do que 20 minutos.
Omar respondeu:
― É sério mesmo? Precisa pulverizar o veículo?
― É isso mesmo. Mas, enquanto eu pulverizo, o senhor pode entrar naquela sala, tirar todas as roupas e ir tomando o banho.
Omar, pensando que o vigia estivesse brincando, perguntou:
― Tirar a roupa? E tomar banho? Fala sério! E no rabinho, não vai nada?
― Vai, sim ― respondeu o vigia ―. Depois do banho, o senhor enfia um cotonete.

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